quarta-feira, 3 de agosto de 2011

                         O Itinerário da Escuridão

Adormecido em minha comiseração
Envolto pelo meu desencanto
Vejo as almas ainda perdidas,
sozinhas, esvaindo-se de aleive.
Desperto de minha agonia,
Venho despido de altivez e falsidade
As horas se vão e os dias se passam,
atravessam a realidade e caem
Quimeras vivem.
Percorrem os caminhos denso de dor
Sustentam-se de aparências
Olvidam a essência do orbe
Regressem, ou sorvam o cálice amargo da dor.
É como esperar a nudez
de um amanhecer cinzento
na esfinge de emoção sobre meu sepulcro
não basta abrir o coração
não é bastante não ver!
Para contemplar os jardins frios e tristes.
É preciso também não ter amor nenhum.
Sem amor não há sentimentos: há idéias apenas.
Há só uma porta fechada, e todo o mundo lá fora;
e um sonho do que se poderia ver se a porta se abrisse,
mas que nunca é o que se espera quando se abre a porta.
Sinto-me morrer...
Somos produto de um erro;
Há tanta vida, dor e mentiras lá fora.
Transes da morte por fim nos esperam
Já não sabemos se a contraímos ou se ela a nós.

                              


Fico preso no silencio
de uma noite fria, admirando
A lua passear pelo céu.
Pensando nos meus desejos.
todos iguais.
Tenho medo.
As lagrimas caem do eu roso,
e meu leito
encharca-se do meu pranto.
Meus olhos tristes
Não podem mais ver os seus.
Não se passaram nem
Um dia em que eu
Não me lembrasse
Da sua doce voz me
Chamando...
Sua voz me acalma,
Faz-me sentir vivo.
Deixe-me ver seu espírito
Deixe-me tocar sua alma
Com um toque singelo e frio como a morte.
Não precisa Compadecer-se.
Sou apenas uma alma
Condenada a vagar
Sozinha por toda a
Eternidade.
A sua presença já e o bastante.
E pelo simples fato
De ouvir sua respiração já é um consolo.
Seu amor me ajuda a caminhar, me ensina para.
Não errar.
O calor dos meus sentimentos
Ainda me mantém acordado.
Vou me alimentado dos desejos da minha alma.


                               

lágrimas

lágrimas cruéis
queimam minha alma
lágrimas cruéis
acompanham meus lamentos
dias e noites eu sofri
ouvindo choros, canções tristes
várias pessoas eu vi
mortas para o sol, acorrentadas na dor
as noites foram piores.
rios de lágrimas quentes
escorrendo pelas estradas das angústias
turvando o brilho da lua
então eu que assistia tudo chorei
chorei pelos homens, pela humanidade
chorei pelas crianças e meu coração sangrou
sangrou até morrer de dor, chorei...
minha alma ficou perdida,
neste mundo de horrores
minha alma morreu para o sol
está acorrentada em todas as dores






posso sentir
milhares de velas queimando
levando minh'alma para longe daqui
algo em mim está me dizendo para continuar
mas minha outra parte me diz para voltar
a lua está cheia
e eu posso sentir o vazio desta escuridão
está me dominando aos poucos
me trazendo lembranças de uma vida passada
Mas eu sei que este sentimento obscuro
esta me levando para longe daqui
eu fui enterrado
a cada dia que passa
morro um pouco mais
o meu paraíso transformou-se neste inferno
e meus grandes sonhos deixaram de fazer sentido
eu apenas quero ser esquecido novamente
e ainda sinto que algo está me esperando
para que eu posso voltar ao meu verdadeiro lugar
neste tempo perdido no espaço
nesta vida enterrada com a morte
 


                      
                                      
Anjo Mau

lágrimas cinzentas percorrem o véu negro
enquanto ela espera, incessantemente,
de braços abertos, o cair dos gélidos cristais
congelados pela ação erosiva do trauma
e conservados pelo rancor
ah, luz que rasga o anil infinito
vai de encontro à própria ruína
taca fogo nas almas lúgubres que lhe deram
a vida e a morte
faça arder o sangue azul que desconhece
fulmina o encantador pesadelo que anseia em o consumir
anda
dilacera o prazer da dor
oh, maldito, tua destruição foi justa como a de todos
e o teu homicida recebeu a recompensa que valia tua existência
mas foi castigado pela própria sombra que o consumiu
teu delicioso sofrimento e teus gemidos silenciosos
glorioso momento de tua derrota